sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

semana de moda de Londres começa com homenagem a Mcqueen

A semana de moda de Londres começou nesta sexta-feira (19) com um minuto de silêncio em homenagem a seu 'enfant terrible' Alexander McQueen, cujo suicídio na semana passada comoveu as passarelas britânicas, que impeliram a carreira do estilista para o mundo.


"Peço que se unam a mim em respeito e reverência pela morte de um de nossos melhores estilistas, Lee McQueen. Seu impacto em Londres e na indústria internacional foi extraordinário. Sentiremos muito esta perda", disse Harold Tillmann, presidente do Conselho Britânico da Moda (BFC) ao inaugurar oficialmente o evento.

Lee Alexander McQueen, que se enforcou em sua casa em 11 de fevereiro, foi até 1999 uma das grandes estrelas da passarela de Londres, a capital onde nasceu, cresceu, se formou e inspirou toda uma geração de criadores.


Após uma tumultuada passagem pela maison Givenchy, o quatro vezes ganhador do prêmio de estilista britânico do ano foi seduzido em 2000 pelo grupo Gucci, que permitiu a criação de uma marca com seu próprio nome.

"Inspirou muitos a seguir e estabelecer suas próprias criações, e influenciou vários estilistas a assegurar que Londres, sua própria cidade, continua crescendo centro da moda mundial", acrescentou Tillman no primeiro dos cinco dias de desfiles das coleções para o próximo outono/inverno.

Como homenagem, feita de forma simples, já que o estilista ainda não foi enterrado, os organizadores instalaram um grande painel na majestosa sede do evento, a Sommerset House, para que os visitantes possam prestar tributo a ele.

"Um cavalheiro com uma visão, nem sempre compreendido... mas os atos dizem mais que as palavras", "uma grande perda para o mundo da moda", "seu talento seguirá conosco para sempre", "longa vida a McQueen", diziam alguns dos textos de admiradores, que serão reunidos em um livro para a família do estilista.

Qualquer ressentimento por não ter participado no ano passado das celebrações do 25º aniversário desta inovadora passarela, que compete com as mais prestigiosas e rentáveis como Paris, Milão e Nova York, foi rapidamente esquecido.

A boa notícia é que os grandes nomes que voltaram às passarelas londrinas em setembro, como Burberry, Pringle of Scotland, Matthew Williamson e Jonathan Saundres decidiram apresentar pelo menos uma coleção na capital britânica.

O veterano Paul Costelloe, fiel à cidade durante mais de 15 anos, voltou a ter a honra de inaugurar esta maratona de 68 desfiles com uma coleção de modelagem clássica mas muito trabalhada, com tons predominantes de terra e metalizados.

Os casacos, masculinos e longos, chegando até os tornozelos, têm ombros marcados mas também cinturas em destaque, para suavizar a silhueta. As saias bola, de modelagem inflada, e os shorts, aparecem combinados com botas justas nas pernas e luvas longas em couro preto.

Costelloe joga com as texturas dos tecidos em seus looks, adornadas com babados, lantejoulas e fileiras de botões. Os estampados aparecem timidadmente, salvo nos vestidos mais sofisticados, mas o xadrez ainda aparece.

Até terça-feria desfilarão em Londres outros veteranos como Vivienne Westwood e Paul Smith, junto a jovens promessas como Mark Fast, Mary Katrantzou, Christopher Kane, Peter Pilotto e Marios Schwab.

O programa oficial, composto em 50% por estilitas fora do Reino Unido, inclui também vários brasileiros -Bruno Basso, da Basso and Brooke, e Daniella Helayel, conhecida por sua marca Issa of London- além do espanhol Emilio de la Morena.

Ainda iniciativas isoladas em outras passarelas, a Semana de Moda de Londres será a primeira a transmitir ao vivo seus desfiles através de seu site, para que os mortais possam ver um espetáculo reservado até agora somente a poucos privilegiados.

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